Cai o desmatamento na Amazônia

Desmatamento na Amazônia caiu 82%, segundo a ONG Imazon


O desmatamento na Amazônia entre agosto e dezembro de 2008 caiu 82% em relação ao mesmo período do ano anterior, de acordo com dados divulgados nesta sexta-feira (23) pela organização não-governamental Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon). O monitoramento registrou 635 quilômetros quadrados de desmate entre os meses pesquisados, contra 3.433 quilômetros quadrados no mesmo intervalo em 2007.

Em novembro de 2008, os satélites do Imazon detectaram 61 quilômetros quadrados de desmatamento na Amazônia Legal, área 94% menor do que a registrada em 2007. O tamanho da devastação no mês de dezembro caiu e chegou a 50 quilômetros quadrados, redução de 27% entre 2007 e 2008.

No entanto, o desmatamento pode ser muito maior, porque a região fica encoberta por nuvens que dificultam o trabalho dos satélites, como reconhece a entidade. “Os dados de desmatamento nesse período podem estar subestimados, pois nesses dois meses houve grande cobertura de nuvens na região, correspondendo a 68% em novembro e de 73% em dezembro. Além disso, a parte do Maranhão que compõem a Amazônia Legal não foi analisada”, indica o relatório.

O monitoramento do Imazon é paralelo ao levantamento oficial, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Por causa das condições de visibilidade nos últimos meses do ano, o Inpe preferiu interromper a divulgação mensal do desmatamento e vai apresentar os dados consolidados para o período no fim de fevereiro.

O meio ambiente vai entrar em uma nova era com "Obama"


O presidente eleito Barack Obama pretende, uma vez instalado na Casa Branca, terá um papel-chave no combate mundial contra o aquecimento climático e fazer com que o mundo esqueça a política de negação do problema promovida em oito anos de administração Bush.
O presidente Obama disse que os Estados Unidos devem exercer sua liderança no desenvolvimento e aplicação de uma resposta mundial e coordenada à mudança climática ", enfatizou Hillary Clinton, designada secretária de Estado, em uma audiência diante da comissão para Assuntos Exteriores do Senado, que deve confirma-la no cargo.

"Obama será o líder "de uma resposta mundial e coordenada para lutar contra o aquecimento global", prometeu Hillary.

Reafirmando esta vontade, Obama nomeou em dezembro uma equipe de choque contra o aquecimento e a favor da promoção de energias limpas. Entre seus membros figura Steven Chu, prêmio Nobel de física e especialista do tema, para o cargo de secretário da Energia.

O senador John Kerry, novo presidente da comissão pasra Assuntos Externos do Senado, assinalou na audiência de Hillary que a "principal mensagem da recente conferência da ONU sobre o clima na Polônia é que a comunidade internacional espera um liderança americana no tema".

"Mas a lição de Kyoto deve ser clara, ou seja, todos os países devem ser parte da solução ", acrescentou.

O Senado se negou a ratificar o Protocolo de Kyoto adotado em dezembro de 1997 e o presidente George W. Bush o rejeitou em 2001, alegando que seria desastroso para a economia dos Estados Unidos.

"Acho que a futuro administração Obama deveria permitir que os dirigentes da minoria republicana tenham um papel-chave na elaboração de leis sobre o clima e energia", opina Michael Levi, um especialista do Council on Foreign Relations, um instituto de pesquisas privado.

"O senador Kerry, ainda que influente, não pode mobilizar sozinho os votos necessários para adoção do projeto de lei", explica Levi.

Segundo Levi, as primeiras medidas concretas da administração Obama a favor do clima durante os 100 primeiros dias deverão constar do plano de reativação econômica do presidente.


Este plano de 800 bilhões de dólares incluirá medidas que visam a incrementar a produção de energias renováveis, melhorar o isolamento térmico dos imóveis e reformar o sistema de distribuição de eletricidade, sugere Levi.

"Também podemos esperar que os Estados Unidos abram negociações internacionais sobre a política energética, apesar de não haver urgência no Congresso por um projeto de lei que aplica um sistema de limites e de mercado de emissões de CO2, o chamado 'cap and trade', pelo menos nos próximos meses", explicou.

"Tal projeto pode virar realidade até o fim do ano", prognosticou o especialista.

Potencial da energia eólica subestimado no Brasil









Mais de 71 mil quilômetros quadrados do território nacional, em sua quase totalidade na costa dos estados do Nordeste, contam com velocidades de vento superiores a sete metros por segundo, que propiciam um potencial eólico da ordem de 272 terawatts-hora por ano (TWh/ano) de energia elétrica.

Trata-se de uma cifra bastante expressiva, uma vez que o consumo nacional de energia elétrica é de 424 TWh/ano, aponta estudo publicado na Revista Brasileira de Ensino de Física, de autoria de pesquisadores do Centro de Previsão do Tempo e Estudos Climáticos (CPTEC) do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).

"Os números do potencial eólico brasileiro foram estimados com os mesmos modelos de previsão de tempo e estudos climáticos. Como esses modelos são validados para locais específicos das diferentes regiões do País, esse potencial eólico pode estar subestimado", diz Fernando Ramos Martins, da Divisão de Clima e Meio Ambiente do CPTEC/Inpe e um dos autores do artigo.

Mas, segundo ele, com as informações disponíveis atualmente, levando em conta todas as dificuldades inerentes aos altos custos da geração de energia eólica, é possível afirmar que apenas o potencial da energia dos ventos do Nordeste seria capaz de suprir quase dois terços de toda a demanda nacional por eletricidade.

"O problema é que, atualmente, o índice de aproveitamento eólico na matriz energética brasileira não chega a 1%. A capacidade instalada é muito pequena comparada à dos países líderes em geração eólica. Praticamente toda a energia renovável no Brasil é proveniente da geração de hidreletricidade", apontou.

Parte dos dados do estudo também foi extraída do Atlas do Potencial Eólico Brasileiro, produzido pelo Centro de Pesquisas de Energia Elétrica (Cepel) com o objetivo de fornecer informações para capacitar tomadores de decisão na identificação de áreas adequadas para aproveitamentos eólico-elétricos.

"Os locais mais propícios no País para a exploração da energia eólica estão no Nordeste, principalmente na costa do Ceará e do Rio Grande do Norte, e na região Sul", disse Martins. Além de descrever a evolução do aproveitamento da energia eólica no mundo, os pesquisadores do Inpe trazem no artigo dados inéditos sobre a situação atual do uso desse recurso para geração de eletricidade em diferentes países.

Sem emissões

Segundo o estudo, o setor de energia eólica tem apresentado crescimento acelerado em todo o mundo desde o início da década de 1990. A capacidade instalada total mundial de aerogeradores voltados à produção de energia elétrica atingiu cerca de 74,2 mil megawatts (MW) no fim de 2006, um crescimento de mais de 20% em relação ao ano anterior.

"Enquanto o Brasil explora menos de 1% de sua energia eólica, países como Alemanha, Espanha e Noruega utilizam por volta de 10%", disse Martins, lembrando que a conversão da energia cinética dos ventos em energia mecânica é utilizada há mais de três mil anos.

Em 2006, o Brasil contava com 237 megawatts (MW) de capacidade eólica instalada, principalmente por conta dos parques na cidade de Osório (RS). O complexo conta com 75 aerogeradores de 2 MW cada, instalados em três parques eólicos com capacidade de produção de 417 gigawatts-hora (GWh) por ano.

O pesquisador do CPTEC aponta ainda que, dentre as fontes energéticas que não acarretam a emissão de gases do efeito estufa, a energia contida no vento também demonstra potencial para atender à segurança do fornecimento energético no país.

"Políticas nacionais de incentivos estão começando a produzir os primeiros resultados, a exemplo do Proinfa (Programa de Incentivo às Fontes Alternativas de Energia Elétrica). Espera-se um crescimento da exploração desse recurso nos próximos anos no Brasil", disse Martins.

O Proinfa, coordenado pelo Ministério de Minas e Energia, foi criado em 2002 para a diversificação da matriz energética nacional.

Sonda e Swera

Martins destaca ainda duas iniciativas do CPTEC que têm dado suporte científico à produção de informações sobre a os recursos eólicos no território brasileiro. Entre os esforços mais recentes, explica, estão a base de dados do Projeto Sonda, um sistema de coleta de dados de vento operado e gerenciado pelo centro.

O objetivo do projeto, que tem dezenas de estações de coleta de dados eólicos com medidores instalados em diversos estados brasileiros, é disponibilizar informações que permitam o aperfeiçoamento e a validação de modelos numéricos para estimativa de potencial energético de fontes renováveis.

O levantamento dos recursos de energia eólica no Brasil também vem sendo realizado pelo projeto Solar and Wind Energy Resources Assessment (Swera), conduzido pela Divisão de Clima e Meio Ambiente do CPTEC, com financiamento do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma).

Ano novo previsão de um dos mais quentes!


O ano de 2009 estará entre os cinco mais quentes dos que se tem registro histórico, segundo predisseram hoje cientistas do Met Office (o escritório meteorológico do Reino Unido) e da Universidade de Anglia Oriental, em Norwich.

O prognóstico diz que a temperatura média no planeta em 2009 se situará em 14,44 graus centígrados, 0,44 graus acima da média oficial registrada desde a década de 60.


Com essa média, o ano que vem se transformará no mais quente desde 2005 e confirmará, segundo os meteorologistas, o lento, mas constante aumento das temperaturas no planeta.


Os registros sobre os quais se estabelece a temperatura média começaram em 1850 e mostram que dez dos anos mais quentes no último século e meio correspondem ao período 1997-2008.


O ano considerado mais quente até agora foi 1998, quando a temperatura média alcançou os 14,52 graus por causa do "El Niño", fenômeno meteorológico cíclico que aquece as águas do oceano Pacífico e aumenta a temperatura da terra.


Os cientistas também constataram que a temperatura do planeta aumentou entre 2000 e 2008 em 0,2 graus em relação à década dos anos 90, segundo destacou o professor Phil Jones, diretor da unidade de pesquisa climática da Universidade de Anglia Oriental em comunicado divulgado hoje pelo Met Office.


Os pesquisadores afirmaram que em 2009 a temperatura não subirá além desses 0,44 graus em relação à média graças à influência "refrescante" do fenômeno "La Niña", que em contraposição ao "El Niño" contribuirá para moderar a alta das temperaturas.


No entanto, após 2009, os cientistas esperam que os níveis atuais de temperatura máxima sejam superados.

Blogagem coletiva - Direitos humanos


Lino Resende criador do sêlo
Fenixadeternum coordenador da blogagem coletiva


Há 60 anos, no dia 10 de dezembro de 1948, a Assembléia Geral das Nações Unidas adotava em Paris a Declaração Universal dos Direitos Humanos, texto fundador que rege o direito internacional desde a Segunda Guerra Mundial, embora seus ideais continuem distantes e, muitas vezes, questionados.



Várias manifestações estão previstas na data comemorativa, principalmente na França - na quarta-feira, uma cerimônia será organizada no Palácio Chaillot, em Paris, onde o texto foi ratificado. Estarão presentes representantes da ONU, da Comissão Européia e de organizações de defesa dos direitos humanos.



Inspirada na declaração francesa dos direitos humanos e do cidadão, de 1789, e na declaração de Independência dos Estados Unidos, de 1776, a Declaração Universal dos Direitos Humanos tem em sua origem o trauma provocado pela Segunda Guerra Mundial e pelo genocídio nazista.



"Todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e direito", proclama o primeiro artigo da Declaração, que em trinta pontos enumera os direitos humanos, civis, econômicos, sociais e culturais "inalienáveis" e "indivisíveis".



O texto foi adotado pelos então 58 Estados membros da Assembléia Geral da ONU, com exceção da União Soviética, dos países do Leste europeu, da Arábia Saudita e da África do Sul, que se abstiveram.



A URSS e seus países satélites insistiam nos "direitos reais", econômicos e sociais, contra os "direitos burgueses" civis e culturais defendidos pelos ocidentais.



Os dois pactos coativos que, junto com os direitos humanos, constituem a Carta dos Direitos Humanos da ONU, no entanto, só foram adotados em 1966.



Mesmo sem valor coativo, a DUDH inspirou todos os tratados internacionais do pós-guerra, e é reconhecida como o fundamento do direito internacional relativo aos direitos humanos.



As convenções internacionais para banir a discriminação contra as mulheres, de 1979, além das convenções contra a tortura (1984) e pelos direitos das crianças (1990), junto com a criação da Corte Penal Internacional (CPI) em 1998 são fruto da DUDH.



A Declaração também inspirou "o direito de ingerência" e de assistência humanitária, da qual o chanceler francês, Bernard Kouchner, é um grande defensor.



Entretanto, o documento não impediu a realização de um novo genocídio - em Ruanda, em 1994 - nem a violação cotidiana dos direitos fundamentais em diversas partes do mundo.



Por outro lado, os direitos humanos continuam sendo uma "ideologia", segundo o termo usado pelo ex-ministro francês da Justiça, Robert Badinter - ideologia esta rejeitada por alguns países, que denunciam uma visão exclusivamente ocidental e que questionam seu caráter universal.



"Há uma corrente soberanista - cada um é dono em sua casa - representada sobretudo por China, Venezuela, Cuba e Birmânia, e uma corrente islamita, que acredita que os direitos humanos são o produto de um pensamento religioso revelado", explicou Badinter numa recente entrevista em Paris.



Para este militante convicto da universalidade dos direitos humanos, o mundo está regredindo nesta área, com episódios como os atentados de 11 de setembro de 2001 nos Estados Unidos e políticas "desastrosas" como as empreendidas por Washington e pelas democracias européias a pretexto da luta contra o terrorismo.



"Renunciamos aos que pretendíamos defender, e vamos sofrer as conseqüências disso por um longo tempo", alertou Badinter.

Carro solar dara a volta ao mundo

Aventureiro suíço Louis Palmer posa ao lado de seu solartaxi ,que chegou em Hamburgo em 21 de novembro de 2008. Palmer esta em Hamburgo para uma escala de sua viagem ao redor do mundo que ele começou, em Lucerna, Suíça, em julho de 2007. O solartaxi, que pode viajar a uma velocidade máxima de 90 km / h (55 mph) em suas três rodas, é 100 por cento alimentado por energia solar obtido através do veículo, que inclui um trailer na parte traseira com energia solar

Lançado o plano nacional de mudanças do clima

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta segunda-feira que o lançamento do Plano Nacional de Mudanças do Clima dará ao Brasil mais autoridade para debater o aquecimento global com os demais países.

Na semana passada, o governo brasileiro assumiu a meta de reduzir a taxa anual do desmatamento da Amazônia à praticamente a metade até 2017, para 5.850 quilômetros quadrados. A destruição da floresta é o principal fator de emissão de gases de efeito estufa no país.

Segundo o presidente, para atingir o objetivo, o Brasil terá policiais para proteger a Amazônia e o governo federal fará parcerias com os Estados e municípios a fim de combater o desmatamento. "Nós estamos assumindo um compromisso muito sério, que eu penso que nenhum país do mundo assumiu", complementou.


O desmatamento da Amazônia teve um aumento de 3,8 por cento em um ano (de agosto de 2007 a julho deste ano), alcançando 11.986 quilômetros quadrados.


Foi a primeira alta anual em quatro anos. O dado, no entanto, ainda está longe do pico registrado em 2004, de 27.379 quilômetros quadrados de destruição.

Aumento da poluição sonora nos oceanos coloca em risco animais marinhos

O aumento da poluição sonora nos Oceanos, em parte causada por gases com efeito de estufa que aumentam a acidez da água, põe em risco a sobrevivência de espécies submarinas, alertou quarta-feira a Organização das Nações Unidas (ONU).
O alerta foi deixado na abertura da Convenção Sobre as Espécies Migratórias, que decorre até sexta-feira, na sede da Organização da ONU para Alimentação e Agricultura (FAO), em Roma, Itália.

Segundo os especialistas, o aumento da `cacofonia marinha` originada pelo homem representa um grave problema para as espécies submarinas, sobretudo para os mamíferos, como as baleias, que comunicam através de sons.

"O barulho submarino causado pelo homem já provocou uma espécie de `nevoeiro acústico` e uma cacofonia de som em muitas partes dos mares e oceanos do Mundo", alertou o director cientifico da Sociedade para a Preservação dos Golfinhos e Baleias, Mark Simmonds, em comunicado da FAO.

Nesse sentido, o Programa da ONU para Ambiente (PNUMA), exigiu aos Governos e às indústrias que adoptem medidas para reduzir estes efeitos, como a utilização de motores mais silenciosos ou medidas mais restritivas no uso de testes sísmicos para prospecção de petróleo e gás.

Os especialistas da ONU também lembram que os gases com efeito de estufa aumentam os níveis de acidez dos oceanos, o que, por sua vez, aumenta a velocidade de propagação dos sons na água, perturbando a comunicação de vários mamíferos marinhos.

A menos que se reduzam as emissões poluentes, estimam, os níveis de acidez marinha podem chegar, em 2050, a um ponto em que o barulho dos navios chegue a distâncias 70 por cento maiores.

Os cientistas vão propor aos 110 países signatários da Convenção que adoptem uma resolução para reduzir o impacto do barulho nos oceanos sobre as espécies mais vulneráveis.

Clima corre um grande risco se não houver acordo


A comunidade internacional foi alertada nesta segunda-feira, na abertura da Conferência da ONU sobre a mudança climática em Poznan (oeste da Polônia), de que tem apenas um ano para chegar a um consenso na luta contra um aquecimento fatal do planeta.

Um apelo foi lançado para concluir, até o final de 2009 em Copenhague, um acordo global ambicioso para conter a mudança climática, apesar das dificuldades crescentes decorrentes da crise financeira.

Diante de cerca de 9 mil delegados de 185 países reunidos desta segunda-feira até 12 de dezembro para a 14ª Conferência das Nações Unidas sobre a mudança climática, o presidente dos trabalhos e anfitrião do encontro, o ministro polonês do Meio Ambiente, Maciej Nowicki, considerou que a "humanidade com seu comportamento já empurrou o sistema do planeta Terra a seus limites".

"Continuar assim provocaria ameaças de uma intensidade jamais vista: enormes secas e inundações, ciclones devastadores, pandemia de doenças tropicais e até conflitos armados e migrações sem precedentes", lançou, pedindo aos negociadores que não "cedam a interesses particulares obscuros neste momento em que devemos modificar a direção perigosa que a humanidade tomou".

O presidente do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas, IPCC, em inglês, o Prêmio Nobel da Paz 2007 Rajendra Pachauri, também lembrou os graves impactos de uma "inação" eventual: "de 4,3 a 6,9 bilhões de pessoas a mais, vivendo nas grandes bacias fluviais, correriam o risco de ser afetadas pelas secas, quase a maioria da humanidade".

Em dezembro de 2007, a conferência de Bali elaborou um "mapa do caminho" que deveria levar os 192 Estados assinantes da Convenção da ONU sobre as mudanças climáticas (CNNUCC) à conclusão, no fim de 2009, de novas medidas contra o efeito estufa. Os compromissos foram reforçados e ampliados para incluir os Estados Unidos e as grandes economias emergentes, entre elas a China, que se tornou o primeiro poluidor mundial.

Atualmente, somente 37 países industrializados (todos, exceto os EUA) que confirmaram o protocolo de Kyoto assumiram compromissos de redução de suas emissões poluentes no período 2008-2012.

"O trabalho que nos espera é tanto difícil quanto crítico, mas em cada dificuldade há oportunidades, se vocês conseguirem se concentrar no que nos une em vez de se concentrarem no que nos divide", lembrou o secretário executivo da Convenção da ONU sobre as mudanças climáticas (CNUCC) Yvo De Boer.

"Vocês têm um ano até Copenhague. A hora passa. Precisamos ser mais rápidos", acrescentou, reconhecendo no entanto que a crise financeira vai complicar a tarefa: "A realidade é que mobilizar os recursos financeiros na escala necessária será um verdadeiro desafio".

"Esta crise não deve impedir o comprometimento com o clima ou a redução da pobreza", acrescentou o primeiro-ministro dinamarquês, Anders Fogh Rasmussen, pedindo aos "países industrializados mostrarem o caminho" através de compromissos fortes.


"Não podemos nos permitir desacelerar o passo", disse Brice Lalonde, embaixador da França para o clima, cujo país preside a UE até dezembro.

"Poznan é um momento complicado da negociação", disse, evocando a difícil conclusão do Plano europeu sobre o clima (-20% de gás causador do efeito estufa em 2020), que divide os Estados membros, e a transição nos EUA.

"Digamos que nos falta aqui uma importante equipe de negociadores", disse Lalonde, esperando a posse, em janeiro, da nova administração Obama, nitidamente mais disposta a lutar contra a mudança climática.

Natureza