ONGs julgam insuficiente plano europeu de combate a mudanças climáticas

Várias ONGs de defensa do meio ambiente qualificaram como um primeiro passo e ainda insuficiente o plano de ação contra as mudanças climáticas apresentado nesta quarta-feira pela União Européia.
"A Comissão Européia apresentou uma proposta bastante fraca e nenhum país europeu sugeriu objetivos mais ambiciosos", lamentou Stephan Singer, do Fundo Mundial para a Natureza (WWF).
A meta de reduzir as emissões de gases do efeito estufa da UE em 20% até 2020 em relação aos níveis de 1990 "não se ajusta ao último acordo de Bali, segundo o qual os países desenvolvidos devem reduzir suas emissões entre 25% e 40%" até essa data, disse Singer.
Por sua vez, o Greenpeace falou em "um primeiro passo", mas afirmou que "as ambições ainda não se igualam aos desafios".
Outra ONG de defesa do meio ambiente, a Amigos da Terra, também declarou que o plano é "fraco demais para deter o aquecimento global".
"As partes que elaboraram este pacote energético estão eclipsadas por um objetivo de redução de gases do efeito estufa muito longe do que é necessário", disse uma de suas representantes, Sonja Meisters, em um comunicado.

Portugal ocupa o 18º lugar no Índice de Desempenho Ambiental 2008

O trabalho feito na área do clima, poluição do ar, água, recursos naturais e qualidade ambiental valeu a Portugal o 18º lugar no Índice de Desempenho Ambiental 2008, elaborado por uma equipa das universidades de Yale e Columbia, apresentado ontem no Fórum Económico Mundial em Davos, Suíça.

A lista de 149 países é liderada pela Suíça (com 95,5 por cento), logo seguida da Noruega, Suécia e Finlândia. Os últimos são o Níger (com 39,1 por cento), na 149ª posição, Angola e Serra Leoa.

À frente de Portugal (com 85,8 por cento) estão ainda a Costa Rica, a Áustria, Nova Zelândia, Letónia, Colômbia, França, Islândia, Canadá, Alemanha, Reino Unido, Eslovénia, Lituânia e Eslováquia. Espanha surge na 30ª posição, os Estados Unidos na 39ª e a China na 105ª.

Este índice avalia o desempenho ambiental com base em 25 indicadores, distribuídos por seis categorias de políticas: saúde ambiental, poluição do ar, recursos hídricos, biodiversidade e habitat, recursos naturais e alterações climáticas. Mas estas categorias resumem-se a dois grandes objectivos do Índice: reduzir os efeitos nefastos do Ambiente na saúde humana e promover a vitalidade dos ecossistemas e a gestão sustentável dos recursos naturais.

Os indicadores acabam por reflectir as prioridades ambientais dos governos e a concretização mundial do objectivo 7 dos Objectivos do Milénio, definidos pela ONU no ano 2000: "garantir a sustentabilidade ambiental".

Das seis categorias, Portugal tem o pior desempenho na área da biodiversidade e habitat, ficando abaixo da média. Na verdade, os piores resultados surgem no indicador de áreas marinhas protegidas e conservação efectiva da natureza.

Portugal posiciona-se acima da média europeia em cinco das seis categorias: qualidade ambiental, poluição do ar, água, recursos naturais e alterações climáticas. Os indicadores onde o país conseguiu os melhores resultados passam pelo saneamento básico, água potável, emissões per capita e protecção de habitats críticos.

A classificação dos Estados Unidos, no 39º lugar, foi muito influenciada pelo seu fraco desempenho em matéria de gases com efeito de estufa e no impacto da poluição do ar nos ecossistemas. “O desempenho dos Estados Unidos mostra que a próxima administração não deve ignorar os impactos ambientais nos ecossistemas, bem como na política agrícola, energética e gestão da água”, comentou Gus Speth, da Universidade de Yale.

A análise das posições sugere que “a riqueza é um factor determinante do êxito ambiental”, segundo um comunicado da universidade de Yale.

“Os países com melhores resultados (...) adoptaram políticas públicas para mitigar os danos provocados pela actividade económica”. Já os “países com piores classificações, não realizaram as mudanças necessárias na saúde pública ambiental e têm fracos regimes de política pública”.

“Cada país tem algo a aprender com o Índice de Desempenho Ambiental. Mesmo os países com melhores posições têm áreas nas quais o seu desempenho não é óptimo”, comentou Daniel C. Esty, director do Centro de Legislação e Política Ambiental da Universidade de Yale e professor de Legislação e Política Ambiental.

Devido à falta de dados, 89 países ficaram de fora desta lista.

Brasil fica no 35º lugar em ranking de respeito ao meio ambiente

O Brasil ocupou a 35ª posição no ranking do Índice de Desenvolvimento Ambiental (EPI, na sigla em inglês), divulgado ontem durante o encontro anual do World Economic Forum (WEF).

Realizado a cada dois anos por uma equipe de estudiosos da Universidade de Yale, o levantamento lista um total de 149 países e leva em consideração não somente as emissões de gases poluentes e que provocam o efeito estufa mas também a qualidade do ar e a capacidade do governo em combater as epidemias.

A primeira nação colocada no ranking foi a Suíça, com nota 95,5 em uma base de 100. Em segundo lugar ficou a Suécia, com nota 93,1, empatada com a Noruega. O ultimo colocado foi Niger, com 39,1.

Em 2006, o Brasil ficou em 34º lugar, com nota 77. Apesar de perder uma posição, a nota do País subiu para 82,7.

"O Brasil apresentou uma série de melhorias, principalmente na questão de combate aos gases provocadores do efeito estufa. O País melhorou a qualidade da água e do saneamento básico, mas ainda há muitas coisas a serem feitas", disse o professor Dan Esty.

Entre os países do continente americano, o Brasil ficou em 8º lugar, atrás de Costa Rica, Colômbia, Canadá, Equador, Chile , Panamá e República Dominicana. Os EUA ficaram em 11º na região e em 39º no ranking. No estudo anterior, os EUA ficaram em 28º.

Parlamentares visitam estação brasileira na Antártida


Uma comitiva formada por 13 deputados federais e 1 senador participa nesta semana de expedição oficial para acompanhar o trabalho da Marinha na Estação Antártica Comandante Ferraz. A estação é a sede das atividades brasileiras na Antártida, onde são desenvolvidas pesquisas no âmbito do Programa Antártico Brasileiro (Proantar).

A viagem foi feita por convite da Marinha com o objetivo de incentivar a troca de informações entre pesquisadores e o apoio logístico à estação. A missão oficial começou ontem e vai até domingo (27).

Um dos integrantes da delegação, o 2º vice-presidente da Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável da Câmara, deputado Ricardo Tripoli (PSDB-SP), ressalta que o Brasil ocupa posição de destaque nas pesquisas sobre o continente antártico. Tripoli afirma que o Proantar é estratégico e, por isso, necessita de apoio sistemático do governo brasileiro.

A estação dispõe de quatro refúgios - edificações tipo contêineres - distribuídos pelas ilhas Elefante, Nelson e Rei George (arquipélago das Shetlands do Sul) e a bordo do navio de apoio oceanográfico Ary Rongel. Nesses locais, são desenvolvidas pesquisas relacionadas a temas como meteorologia, correntes marinhas, derretimento das geleiras e buraco na camada de ozônio.

Aviões da FAB
A viagem ocorre por ocasião do 5º vôo de apoio à Operação Antártica, realizado com aeronaves Hércules C-130, da Força Aérea Brasileira (FAB). Os aviões saíram do Rio de Janeiro com destino à base aérea chilena Presidente Eduardo Frei, situada da Ilha Rei George (Antártida). A comitiva também fez escalas em Pelotas (RS), Trelew (Argentina) e Punta Arenas (Chile).

Degelo no Pólo Ártico alcançou proporções inesperadas, dizem cientistas



O Pólo Ártico sofreu no verão passado um degelo recorde, situação esta que vai piorar por causa da mudança climática, anunciaram nesta quarta-feira especialistas do Centro Nacional de Pesquisa Científica (CNRS), um instituto de francês.

"O verão de 2007 esteve marcado por uma grande redução da calota polar, que não esperávamos", destacou, em uma entrevista coletiva, Jean-Claude Gascard, diretor de pesquisa no CNRS e coordenador do programa europeu Dâmocles de Observação do oceano Ártico.

Em setembro, o gelo cobria 4,13 milhões de Km2, uma diminuição de 23% em relação ao recorde precedente de 5,3 milhões de km2 registrado em 2005. Trata-se de uma perda de mais de 1 milhão de km2, ou seja, pelo menos duas vezes a superfície da França, explicou Gascard.

O Pólo Norte perdeu 40% em 20 anos, e a espessura média do gelo ficou dividida por dois, de 3 metros a 1,50 metro. Os períodos de glaciação diminuíram e, em contrapartida, aumentaram os períodos de degelo.

"A aceleração da velocidade de deriva do gelo no mar é entre duas a três vezes mais rápida do que antes", acrescentou Gascard.

"O ano 2008 se anuncia muito crítico", advertiu o especialista. "O degelo pode fazer desaparecer 1 milhão (de km2) a mais em um verão", completou.

Febre amarela


Febre amarela é uma doença infecciosa causada por um tipo de vírus chamado flavivírus, cujo reservatório natural são os primatas não-humanos que habitam as florestas tropicais. Existem dois tipos de febre amarela: a silvestre, transmitida pela picada do mosquito Haemagogus , e a urbana transmitida pela picada do Aedes aegypti, o mesmo que transmite a dengue e que foi reintroduzido no Brasil na década de 1970. Embora os vetores sejam diferentes, o vírus e a evolução da doença são absolutamente iguais. A febre amarela não é transmitida de uma pessoa para a outra. A transmissão do vírus ocorre quando o mosquito pica uma pessoa ou primata (macaco) infectados, normalmente em regiões de floresta e cerrado, e depois pica uma pessoa saudável que não tenha tomado a vacina. A forma urbana já foi erradicada. O último caso de que se tem notícia ocorreu em 1942, no Acre, mas pode acontecer novo surto se a pessoa infectada pela forma silvestre da doença retornar para áreas de cidades onde exista o mosquito da dengue que prolifera nas cercanias das residências e ataca durante o dia. SintomasOs principais sintomas da febre amarela - febre alta, mal-estar, dor de cabeça, dor muscular muito forte, cansaço, calafrios, vômito e diarréia aparecem, em geral, de três a seis dias após a picada (período de incubação). Aproximadamente metade dos casos da doença evolui bem. Os outros 15% podem apresentar, além dos já citados, sintomas graves como icterícia, hemorragias, comprometimento dos rins (anúria), fígado (hepatite e coma hepático), pulmão e problemas cardíacos que podem levar à morte. Uma vez recuperado, o paciente não apresenta seqüelas. Diagnóstico Como os sintomas da febre amarela são muito parecidos com os da dengue e da malária, o diagnóstico preciso é indispensável e deve ser confirmado por exames laboratoriais específicos, a fim de evitar o risco de epidemia em áreas urbanas, onde o vírus pode ser transmitido pelo mosquito da dengue. Tratamento Doente com febre amarela precisa de suporte hospitalar para evitar que o quadro evolua com maior gravidade. Não existem medicamentos específicos para combater a doença. Basicamente, o tratamento consiste em hidratação e uso de antitérmicos que não contenham ácido acetilsalicílico. Casos mais graves podem requerer diálise e transfusão de sangue. Vacinação Existe vacina eficaz contra a febre amarela, que deve ser renovada a cada dez anos. Nas áreas de risco, a vacinação deve ser feita a partir dos seis meses de vida. De maneira geral, a partir dos nove meses, a vacina deveria ser recomendada para as demais pessoas, uma vez que existe a possibilidade de novos surtos da doença caso uma pessoa infectada pela febre amarela silvestre retorne para regiões mais povoadas onde exista o mosquito Aedes aegypti. A vacinação é recomendada, especialmente, aos viajantes que se dirigem para localidades, como zonas de florestas e cerrados, e deve ser tomada dez dias antes da viagem para que o organismo possa produzir os anticorpos necessários.Recomendações· Vacine-se contra febre amarela pelo menos dez dias antes de viajar para áreas de risco e não se esqueça das doses de reforço que devem ser repetidas a cada dez anos; · Use, sempre que possível, calças e camisas que cubram a maior parte do corpo; · Aplique repelente sistematicamente. Não se esqueça de passá-lo também na nuca e nas orelhas. Repita a aplicação a cada quatro horas, ou a cada duas horas se tiver transpirado muito; · Não se esqueça de reaplicar o repelente toda a vez que molhar o corpo ou entrar na água; · Use mosqueteiro, quando for dormir nas áreas de risco, · Procure informar-se sobre os lugares para os quais vai viajar e consulte um médico ou os núcleos de atendimento ao viajante para esclarecimentos sobre cuidados preventivos; · Erradicar o mosquito transmissor da febre amarela é impossível, mas combater o mosquito da dengue nas cidades é uma medida de extrema importância para evitar surtos de febre amarela nas áreas urbanas. Não se descuide das normas básicas de prevenção.

Aumento de desmatamento na Amazônia acende sinal de alerta no governo

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Rio Purus


Secretário-executivo do Ministério do Meio Ambiente, João Paulo Capobianco, e minsitra Marina Silva, participam de entrevista coletiva sobre o aumento do desmatamento na Amazônia
Brasília - Dados preliminares divulgados hoje (23) pelo Ministério do Meio Ambiente e pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) apontam um desmatamento na região amazônica de 3.235 quilômetros quadrados entre agosto e dezembro de 2007.

Os órgãos não falam em crescimento percentual pela indisponibilidade de informações completas do mesmo período de anos anteriores. Mas, segundo a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, o número representa uma tendência “preocupante” de aumento.

“O governo não quer pagar para ver. Não vamos aguardar a sorte, e sim, trabalhar para fazer frente a esse processo”, disse a ministra.

A maior parte dos desmatamentos detectados no período se concentrou em três estados: Mato Grosso (53,7% do total desmatado), Pará (17,8%) e Rondônia (16%).

Entre as causas para o aumento, Marina citou a seca prolongada e uma possível influência do avanço da produção de soja e da pecuária nas regiões. Ela evitou responsabilizar diretamente as atividades econômicas, mas ao lembrar que a carne e a soja estão com preços internacionais favoráveis, afirmou: “ Não acredito em coincidência.”

A ministra disse que será feita uma averiguação detalhada nos locais para um diagnóstico mais preciso: “Faremos um zoom para verificar”.

As derrubadas ocorreram em maior intensidade nos meses de novembro e dezembro. Nesse período, foram desmatados 1.922 quilômetros quadrados de floresta.

Segundo Marina, os números serão debatidos com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva amanhã (24), às 9h, em reunião no Palácio do Planalto. No encontro, que terá participação de outros ministros, serão discutidas as medidas para fortalecer a fiscalização nos locais considerados mais críticos.

De acordo com o secretário executivo do Ministério do Meio Ambiente, João Paulo Capobianco, municípios como São Felix do Xingu e Cumaru do Norte, ambos no Pará, e Comiza, em Mato Grosso, tradicionalmente apresentam altos índices de desmatamento.

Ecologia: romantismo x desenvolvimento?

Nos últimos tempos, a Ecologia tem ganhado um maior destaque na mídia e a outros temas intrínsecos a ela, como desenvolvimento sustentável, aquecimento global, extinção de espécies, entre outros, mas você já se perguntou por quê? “Onde eu entro nessa história toda?” E o que eu posso fazer para melhorar, mesmo que sensivelmente, a saúde do meu país e do planeta?

Creio eu que a primeira resposta é mudar a si mesmo para que comece haver um efeito dominó de mudança benéfica, assim se solidifica na base uma maneira positiva de procurarmos viver em harmonia com a natureza.

Você, leitor, agora deve estar pensando: já ouvi muito essa conversa, discursos românticos e entusiasmados e muito pouco ainda é feito e acaba ficando apenas como mais um falatório “bonitinho”.

O romantismo ecológico, por si só, em defesa do meio ambiente, não tem muito valor sem ação. Porém, o referido romantismo pode trazer a sensibilidade para que as pessoas passem a preservar os recursos naturais, tais como o ar puro, a água limpa, qualidade do solo, espécies raras e até mesmo as paisagens que são consideradas recursos de propriedade comum, que pertencem a toda sociedade e a esses recursos, geralmente, não são atribuídos valores monetários. As pessoas, as indústrias e os governos usam, danificam esses recursos sem pagar mais do que o custo mínimo e muitas vezes pagando absolutamente nada, essa situação é descrita como “tragédia dos comuns” (Hardin, 1985).

LEIA COMENTARIO INTEIRO VALE A PENA : A Tribuna

Poluição do ar aumenta em Goiânia

A poluição do ar em Goiânia nos meses de agosto, setembro e outubro de 2007 atingiu níveis oito vezes acima do permitidos pelo Conselho Nacional do Meio Ambiente. A conclusão está no relatório apresentado hoje pelo laboratório da Agência Goiana de Meio Ambiente. Os técnicos alertam para o aumento da poluição na capital, que subiu de 170 microgramas por metro cúbico registrados em 2006 para 230 microgramas, em 2007.

China quer reduzir em 5% poluição de água e ar


As autoridades chinesas pretendem reduzir em 5% os níveis de poluição do ar e da água de suas cidades em relação aos dados divulgados há três anos, em mais um passo para cumprir o objetivo de garantir que os Jogos Olímpicos sejam "verdes", informou hoje a agência oficial Xinhua.
Segundo o diretor da Administração Estatal de Proteção Meio Ambiental, Zhou Shengxian, este propósito implica em reduzir em 2,3 milhões de toneladas as emissões de dióxido de enxofre (SO2) e em 1,3 milhão de toneladas as de Demanda Química de Oxigênio (DQO) em 2008.

Estas reduções representariam uma queda de 6% e 5% das emissões, respectivamente, com relação às registradas em 2005, apontou Zhou.

O funcionário afirmou que para atingir estes objetivos a China aumentará a capacidade diária de suas usinas de tratamento de águas residuais urbanas em 12 toneladas, uma medida que permitirá reduzir em 600 mil toneladas as emissões de DQO.

O gigante asiático também pedirá que o setor industrial reforce suas próprias capacidades de tratamento deste tipo de água para poder diminuir em 200 mil toneladas por ano as emissões de DQO, ressaltou.

"Mesmo com tudo isso, a luta da China contra a poluição está longe de acabar", sentenciou Zhou.

Humanidade mais carnívora: risco para a saúde e o meio ambiente


O consumo de produtos animais, que deverá aumentar em 50% até 2020, segundo a Organização Mundial para a Saúde Animal (OIE), acarreta grandes riscos sanitários e coloca em perigo os ecossistemas, ressaltaram especialistas.

O aumento do consumo de carne em escala planetária ocorre sobretudo nas economias emergentes, tendo China e Índia como principais consumidores, e se traduz pelo comércio cada vez maior de produtos animais.

"Há riscos sanitários complementares, porque os produtos circularão mais rapidamente que o tempo de incubação das doenças", constata Jean-Luc Angot, diretor-geral adjunto da OIE.

Entre os fatores de surgimento ou ressurgimento de novas patologias, há também o aquecimento global, a modificação dos ecossistemas ou a mudança de hábitos alimentares.

"A febre catarral ovina (ou doença da língua azul) surgida em regiões onde não era conhecida anteriormente, como no norte da Europa, era considerada até então tropical", lembra Angot.

A destruição dos ecossistemas expõe o homem e os animais ao surgimento de novos agentes patogênicos. No final dos anos 90, o desmatamento na Malásia fez sair das florestas os morcegos frugívoros que contaminaram os porcos, levando à erradicação de muitas varas de porcos e provocando 300 mortes humanas.

As febres hemorrágicas como o Ebola também estão ligadas aos contatos entre o macaco e o homem devido ao desmatamento na África.

Em relação aos hábitos alimentares, o vírus da Aids poderia ter contaminado o homem ao cruzar a barreira da espécie por causa do consumo de carne de macaco, segundo uma hipótese que ainda não foi cientificamente provada.

O aumento do número de aves aumenta o risco de um vírus da gripe aviária passar por mutações para ser transmitido eficazmente de homem para homem, o que não parece felizmente ser o caso da cepa H5N1.

De maneira geral, "o desenvolvimento de criações industriais no Sudeste Asiático, na China e na Índia, nas portas das cidades cria problemas de hiperconcentração, de não-gestão de dejetos, de riscos sanitários", constata André Pfimlin, diretor de pesquisa e desenvolvimento do Instituto de Criações em Paris.

No final de 2006 a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) calculou em um relatório que os bovinos produzem mais gases causadores do efeito estufa que os carros. O metano que expelem e o protóxido de nitrogênio de seus dejetos são muito mais nocivos para o meio ambiente que o CO2.

Este relatório também colocou em evidência que grande parte dessas emissões provinham de criações pastoris, praticadas por populações muito pobres do Sahel ou da Ásia Central que dependem do gado para sobreviver.

A margem de manobra é pequena para que se possa reduzir as emissões de metano, mas "se todos os sistemas de criação otimizarem seus dejetos, seus adubos, ganharão em dinheiro e reduzirão o risco de poluição para a água e para o ar", segundo Pfimlin.

Nas zonas tropicais, a produção de carne reduz também os "poços de carbono" (que reúnem CO2 na vegetação). "Quando queimamos a floresta, no Brasil, na América Central, e também na Indonésia, o fazemos muito freqüentemente para criações de gado e também para plantações de soja" que servem para alimentar os porcos e as aves, explica este especialista.


PS. do autor do blog :fala sério na epoca dos dinossauros como seria a esse tipo de poluição !!!

Natureza