Degelo no Pólo Ártico alcançou proporções inesperadas, dizem cientistas



O Pólo Ártico sofreu no verão passado um degelo recorde, situação esta que vai piorar por causa da mudança climática, anunciaram nesta quarta-feira especialistas do Centro Nacional de Pesquisa Científica (CNRS), um instituto de francês.

"O verão de 2007 esteve marcado por uma grande redução da calota polar, que não esperávamos", destacou, em uma entrevista coletiva, Jean-Claude Gascard, diretor de pesquisa no CNRS e coordenador do programa europeu Dâmocles de Observação do oceano Ártico.

Em setembro, o gelo cobria 4,13 milhões de Km2, uma diminuição de 23% em relação ao recorde precedente de 5,3 milhões de km2 registrado em 2005. Trata-se de uma perda de mais de 1 milhão de km2, ou seja, pelo menos duas vezes a superfície da França, explicou Gascard.

O Pólo Norte perdeu 40% em 20 anos, e a espessura média do gelo ficou dividida por dois, de 3 metros a 1,50 metro. Os períodos de glaciação diminuíram e, em contrapartida, aumentaram os períodos de degelo.

"A aceleração da velocidade de deriva do gelo no mar é entre duas a três vezes mais rápida do que antes", acrescentou Gascard.

"O ano 2008 se anuncia muito crítico", advertiu o especialista. "O degelo pode fazer desaparecer 1 milhão (de km2) a mais em um verão", completou.

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