CASSIOPÉIA

CASSIOPÉIA
(mini conto)


“Neste momento olho saudoso uma foto, e vejo um sol que ainda exibia vestes amarelas tingindo de ouro as águas no ocaso majestoso de um dia feliz. No verso da foto escondida entre o acastanhado envelhecido do papel, vejo com dificuldade uma dedicatória..."

“Com carinho mamãe

Outubro/2008”



Respiro fundo, estou quase sem oxigênio e por isso devo ser breve:

Olho o que sobrou de meus pertences: a foto, um anel e o crachá de funcionário de uma usina nuclear e um pequeno gravador onde deixo esta mensagem:



O futuro é sombrio e desconhecido, a Terra já não abre mais seus olhos na claridade azul, nem esboça a verdura corpórea.



AMAZONIA EM CHAMAS!



Avisos naturais ecoaram, apelos mudos ressoaram, e absolutamente nada foi feito. O que restou da humanidade habita hoje a colônia LYRA, na distante

Galathéa – uma pequena galáxia gelada.



Sigo pelas estrelas, sem rumo. Meus olhos no breu de uni(versos) esperam ansiosos pelo descanso.

Adeus grande mãe azul.



Último registro em data solar : outubro de 2052.





Por Lu Cavichioli

4 comentários:

Francisco Coelho disse...

Lu

Parabens pelo seu mini conto CASSIOPÉIA,espero que a humanidade acorde até la.

bjs

chica disse...

Lindo e profundo!Emocionante!Esperar mudanças urgentes e fazer com que elas aconteçam...beijos,chica

☆Lu Cavichioli disse...

Oi Chico, esse conto tem história como tudo que escrevemos. Ele nasceu de uma foto com um por de sol lindíssimo, desses que iluminam até o recôndito mais profundo. E pensei no ser humano e em todo seu egoísmo, e também na destruição da natureza e, senti medo de um dia nossa casa e a humanidade, pudesse desaparecer.
Daí escrevi CASSIOPÉIA.

Valeu meu querido, pela postagem.
Obrigada
beijão

Poesia do Bem disse...

Muito reflexivo, triste porém real e belo! bjs

Natureza