Poluição mata mais do que os assassinatos na cidade de São Paulo



Uma pesquisa realizada pelo Laboratório da Poluição da USP (Universidade de São Paulo) afirma que as mortes causadas por poluentes já são maiores do que o número de homicídios na capital paulista.

De acordo com a pesquisa, a poluição em São Paulo mata pelo menos 12 pessoas por dia e 200 são vítimas de doenças, principalmente pulmonares, em decorrência da péssima qualidade do ar.

Esse número representa o dobro de mortes por homicídio numa escala inversamente proporcional, ou seja, enquanto a poluição cresce, os assassinatos diminuem.

Segundo levantamento da Cetesb, a qualidade do ar na Grande São Paulo é considerada “inadequada ou má”. Em 2007, em pelo menos um dos 24 pontos de monitoramento, o ar ficou impróprio por excesso de ozônio durante 67 dias. Entre os pontos mais poluídos da Capital estão o Parque do Ibirapuera e o campus da USP.

Além da piora na comparação com 2006, quando o ar ficou impróprio por 46 dias, a poluição da região metropolitana avança para outras regiões do Interior e litoral do Estado e atinge locais a uma distância superior a 600 quilômetros da Capital.

Desde 2002 a qualidade do ar na Grande São Paulo apresentava uma melhoria em sua qualidade, mas no ano passado o movimento foi revertido.

O ciclo ocorreu em razão da melhoria da tecnologia dos automóveis, que atualmente poluem menos. Porém, o crescimento econômico brasileiro impulsionou a venda de carros no ano passado.

Veja Video:Agencia Nacional

Quem disse que blog não da dinheiro




O golpe de venda de certificados sobre árvores na Amazônia


Os alunos de uma escola de ensino fundamental em Genebra, na Suíça, receberam há pouco a visita de uma entidade propondo que eles adquirissem uma árvore na Amazônia. Eles recebiam a garantia de que a árvore seria protegida e que estariam evitando o desmatamento. Pelo equivalente a R$ 30, o aluno ganhava um certificado e um mapa de onde estava sua árvore. A prática não é nova, mas vem se proliferando na Europa diante do interesse da opinião pública em agir para salvar a mata amazônica.

Para algumas entidades, a venda de árvores é apenas um ato simbólico. Mas, em alguns casos, organizações garantem que a pessoa que compra a árvore no Brasil teria “direitos legais” sobre ela.

A Rainforest Forever, por exemplo, vende pela internet e afirma ao comprador que os locais onde estão as árvores são os que mais correm o risco de serem desmatados. “Sua compra evita que uma pessoa ou entidade destrua ou comercialize uma árvore da floresta”, diz, em seu site.

A febre da venda de árvores amazônicas no exterior é alimentada pelas novas tecnologias. Várias ONGs oferecem imagem de satélite de onde estaria a árvore e mapas feitos por meio de GPS. A Rainforest Forever garante que o comprador tem direitos sobre as árvores vendidas na região de Baiciu.

Em Paris, a Associação Coração da Floresta propõe que uma pessoa seja um padrinho de uma árvore na Amazônia. Por euros 15, o interessado tem direito a
uma árvore e por até e 60 euros leva cinco. O dinheiro dá direito também a um certificado e mapa da “árvore afilhada”.

fonte : Estadao

Relatório mostra degelo acelerado



Situação nunca foi tão grave; em 2006, redução de geleiras chegou a 1,4 metro, maior patamar já visto

América Latina, Europa ou Ásia. Em todos os cantos do planeta as neves eternas e as geleiras estão desaparecendo, ameaçando aumentar os níveis de pobreza de milhões de pessoas e afetando diretamente o abastecimento de água. Segundo relatório das Nações Unidas publicado hoje, o derretimento da neve nas montanhas está ocorrendo em um ritmo acelerado - e nunca foi tão grave.

Na América do Sul, o desaparecimento de glaciais poderia acabar criando problemas ainda maiores de fornecimento de energia na região nas próximas décadas, já que muitas barragens hidroelétricas foram construídas em rios alimentados diretamente por glaciais.

Dados do Programa da ONU para o Meio Ambiente (Pnuma) indicam que, entre 2004 e 2006, os glaciais em 30 montanhas espalhadas pelo mundo derreteram em um ritmo nunca visto. Entre 2005 e 2006, a perda foi duas vezes superior às taxas verificadas entre 2004 e 2005

Em média, a perda de gelo nas montanhas foi equivalente a uma redução de 1,4 metro de água. Em 2005, a perda havia sido de meio metro. Entre 1980 e 1999, a média de redução anual foi de apenas 0,3 metro. Segundo os dados, portanto, a perda registrada em 2006 foi a maior já vista pelos pesquisadores. Até agora, o recorde foi identificado em 1998, quando as montanhas perderam, em média, 0,7 metro. Segundo Haeberli, a perda total desde 1980 já chega a 10,5 metros.

Na Europa, algumas das geleiras mais famosas estão desaparecendo em um ritmo acelerado. Na Noruega, o glacial de Breidablikkbre perdeu 3,1 metros em um ano. Já na Áustria, o glacial de Grosser Goldbergkees perdeu 1,2 metro em 2006, contra 3 metros de redução de Ossoue, na França.

Nos Himalaias, a situação também é crítica. Alguns dos glaciais nessa região poderiam desaparecer em questão de décadas; 500 milhões de pessoas podem ser afetadas diretamente por isso, alertou a ONU. Rios como Ganges, Indus e Brahmaputra, no norte da Índia, podem diminuir de forma substancial diante das mudanças climáticas.

No Chile, porém, o glacial Echaurren Norte foi ampliado. Ainda assim, a ONU alerta que, até 2030, a probabilidade de uma perda total de todos os glaciais latino-americanos é alta. Isso poderia ocorrer na Bolívia, no Peru, na Colômbia e no Equador.

A importancia das represas no aumento do nivel dos oceanos


O nível do mar em todo o mundo tem subido constantemente nos últimos 80 anos. Isso é o que se sabe. Agora, um novo estudo aponta que o impacto do derretimento de geleiras é ainda pior do que se suspeitava.

A pesquisa foi atrás de um indicador que não se havia levado em conta: o volume de água represada artificialmente. O resultado indica para uma influência ainda maior do aquecimento global no derretimento polar. O estudo foi publicado nesta quinta-feira (13/3) no site da revista Science.

A elevação total no nível do mar no último século se deveu principalmente à combinação da expansão em volume da água nos oceanos e do derretimento de gelo em glaciares na Antártica e na Groenlândia, os dois fatores promovidos pelo aquecimento global.

Subtrair o efeito da expansão termal do aumento observável no nível do mar deveria dar uma boa estimativa da taxa de derretimento do gelo, mas essa equação deixa de fora um fator importante: a quantidade de água aprisionada em reservatórios. O novo estudo fecha essa lacuna.

Benjamin Chao e colegas da Faculdade de Ciências da Terra da Universidade Central Nacional de Taiwan fizeram uma extensa análise do aprisionamento de água promovido pelo homem. Os cientistas calcularam o volume de água represado artificialmente desde 1900, em quase 30 mil reservatórios com capacidade nominal conhecida.

O resultado é o impressionante total de 10,8 mil quilômetros cúbicos, suficientes para reduzir a magnitude do nível global do mar em 3 centímetros.

Nos últimos 50 anos, pós-Segunda Guerra Mundial, quando aumentou grandemente o número de reservatórios, o estudo calculou a diminuição no nível global do mar em uma média de 0,55 milímetro por ano – estima-se que o aumento no nível global do mar tenha sido de cerca de 18 centímetros no século 20.

A conclusão é simples: se os reservatórios baixaram o nível do mar, a elevação promovida pelo derretimento de gelo no planeta foi maior do que se imaginava. Ou seja, o impacto do aquecimento global tem uma relevância ainda maior.

O artigo Impact of artificial reservoir water impoundment on global sea level, de Benjamin Chao e outros, pode ser lido por assinantes da Science em www.sciencemag.org.

INCOR: Mesmo com baixo nivel,poluição causa doenças cardiacas


Mesmo quando a qualidade do ar é classificada como boa em São Paulo, os paulistanos respiram poluição suficiente para provocar um colapso no coração. O alarme foi dado após divulgação da pesquisa do Instituto do Coração (Incor), do Hospital das Clínicas. Ficou comprovado que ainda que a concentração de gases tóxicos não "incomodem" as estações de medição, a ocorrência de ataques cardíacos já aumenta entre 7% e 12% por causa dos níveis de poluentes.

O estudo avaliou 3.300 pessoas, que recorreram, nos últimos 20 meses, ao Pronto-Socorro do Incor com diagnóstico de arritmia (aceleração exacerbada dos batimentos cardíacos). Os pesquisadores atestaram que os dias mais movimentados de pacientes com "pane no coração" eram também os mais poluídos. Para promover um aumento de 12% dos casos de descompasso na freqüência cardíaca, bastou a concentração média de monóxido de carbono, principal poluente emitido pelos veículos, chegar a 1,5 ppm (parte por milhão). Na escala oficial, só quando a concentração atinge nível superior a 9 ppm o ar é classificado como ruim pelo Conselho Nacional de Meio Ambiente (Conama).

As partículas inaláveis - outro poluente comum na atmosfera de São Paulo - também fizeram crescer em 7% a ocorrência de arritmia no Pronto-Socorro do Incor. Da mesma forma, a concentração necessária para culminar em problemas foi de 22 mg por metro cúbico, bem menor do que a faixa de 50 mg/m3 considerada imprópria. "Ficou evidente que valores de poluentes muito inferiores do que o tolerável são suficientes para provocar danos severos à saúde", afirma o coordenador da pesquisa, Ubiratan Santos.

Os padrões para considerar o ar bom ou ruim, explica o Conama, foram estipulados em 1990 e até agora não passaram por atualização. No ano passado, a Organização Mundial de Saúde (OMS) sugeriu que o Brasil reduzisse pela metade esses indicadores. "Somos favoráveis à redução. Mas isso exigiria uma mudança brusca na indústria e na economia", afirma o assessor da Secretaria de Mudanças Climáticas do Ministério do Meio Ambiente, Carlos Alberto Santos.

E se fosse no Rio Grande do Sul?

Seguramente, a Operação Arco de Fogo que está acontecendo em Mato Grosso não aconteceria contra produtores e contra cidadãos gaúchos dignos. Se fosse em Minas Gerais, no Paraná, na Bahia, em Pernambuco e Goiás, muito menos. Lá, seguramente, o Ibama, a Polícia Federal e o tresloucado Ministério do Meio Ambiente se sentariam antes com autoridades estaduais, com setores representativos da produção e com os políticos, antes de mandar um aparato policial invadir indústrias madeireiras e intimidar cidades inteiras com a Polícia Federal.

A pergunta é: por que em Mato Grosso o Ministério do Meio Ambiente pode recrutar o Ibama e a Polícia Federal para uma operação dessas? A resposta é tão simples quanto a pergunta. É porque falta articulação política. Como? Perguntaria o leitor. Se fosse no Rio Grande do Sul, todos os parlamentares estaduais, federais, vereadores e prefeitos barrariam a entrada do Ibama e da Polícia Federal nas cidades, se eles entrassem de forma truculenta como entraram em Sinop e Alta Floresta. Os setores produtivos se uniriam e a eles se uniriam os parlamentares e a própria sociedade, que daria ao governador do Estado a força de agir contra essa federação brasileira apodrecida e caótica.

Mas cadê os nossos parlamentares? No auge da invasão do Ibama e da Polícia Federal, estavam reunidos na Assembléia Legislativa discutindo cargos, no caso a nomeação do secretário estadual de Turismo. Porém, o pior é que as regiões norte e noroeste têm deputados eleitos. Onde estão os três senadores e os oito deputados federais? Não importa onde estejam os parlamentares. Eles deveriam estar em Sinop para inibir a demonstração de força do Ibama, justamente do Ibama, o causador de tudo o que está acontecendo de errado com o meio ambiente em Mato Grosso.

Imaginei que a Assembléia Legislativa de Mato Grosso realizasse uma reunião de emergência em Sinop para dar proteção política aos empresários e à sociedade local contra a truculência federal. Nenhum parlamentar federal moveu um dedo ou denunciou em Brasília, nas tribunas da Câmara dos Deputados e do Senado, que foi o Ibama quem ao longo da história nunca agilizou qualquer política de sustentabilidade no Estado. Pior: ao longo de mais de 30 anos recolheu de cada árvore serrada uma taxa para reflorestamento e nunca devolveu um centavo para o reflorestamento em Mato Grosso. Os projetos de manejo sustentado foram engavetados, ou eram aprovados mediante o pagamento de propinas aos técnicos. Da mesma forma, as licenças para desmatamentos saíam mediante propinas e daí por diante nenhuma fiscalização. Ou, então, tudo tinha um preço que resolvia eventuais questões.

Há menos de dois anos a Secretaria Estadual do Meio Ambiente assumiu, mediante acordo com o governo federal, a fiscalização, a aprovação de manejos florestais e todas as atividades relativas. A operação Arco de Fogo rompe com o protocolo, num claro gesto de retaliação contra o Estado.

Fico imaginando tudo isso no Rio Grande do Sul. E morro de inveja ao pensar que aqui somos tratados como Estado de terceira linha, por nossa própria culpa!



*fonte: Diario de Cuiaba: ONOFRE RIBEIRO é articulista deste jornal e da revista RDM

Gases produzidos pelo diesel afetam o cérebro

A exposição aos gases da combustão do diesel produz uma reação na atividade cerebral que provoca uma sensação de angústia, de acordo com um estudo divulgado hoje pela revista "Particle and Fibre Toxicology".

A publicação indicou que basta uma hora de inalação desses gases para produzir essa reação.

Pesquisas anteriores tinham sugerido que as mais pequenas partículas (nanopartículas) do escape podem terminar no cérebro, mas esta é a primeira vez que se demonstra que sua inalação altera a atividade cerebral.

Um grupo de cientistas da Universidade de Zuyd, nos Países Baixos, fez um experimento com 10 voluntários que entraram em um quarto na qual foram conectados a uma máquina de encefalograma para registrar seus sinais cerebrais em um ambiente de exposição aos gases do diesel.

A observação foi feita durante uma hora e meia depois que abandonaram o quarto.

Os cientistas apontaram que, após 30 minutos, os gases da combustão do diesel começaram a afetar sua atividade cerebral.

Os dados proporcionados pelo encefalograma sugeriram que a reação de angústia ou estresse era produzida no córtex cerebral e que ela continuou depois que os voluntários abandonaram o quarto.

"Achamos que esse efeito deve-se às nanopartículas contidas no escape dos gases do combustível diesel", manifestou Paul Borm, um dos cientistas participantes do estudo.

"É possível que (essas partículas) penetrem no cérebro e afetem sua função. Só nos falta agora especular a respeito dos efeitos que pude ter a exposição crônica à poluição causada pelos ônibus nas cidades onde os níveis dessas partículas é muito alto", acrescentou.

Segundo Borm, é concebível que os efeitos a longo prazo da exposição a essas nanopartículas interfere no funcionamento cerebral e no processamento de informação.

"É preciso realizar mais estudos para explorar este efeito e determinar a relação entre o nível de exposição destas partículas e a reação do cérebro", acrescentou.

Febre amarela: Confirmado primeiro caso da doença no PR

Um morador de Laranjal, região central do estado, morreu vítima de febre amarela. A confirmação é da Secretaria Estadual da Saúde. Este é o primeiro caso autóctone da doença no Paraná, ou seja, contraída dentro do território estadual. O caso vem confirmar a circulação viral da doença no Paraná. O Estado vai intensificar ações no sentido de evitar mais mortes. Nesta quarta-feira (12) o secretário da Saúde, Gilberto Martin, concederá uma entrevista coletiva para falar do caso e anunciar de que maneira será serão feitas essas ações. O secretário apresentará também quais são as regiões passíveis de risco e as que não apresentam risco de transmissão da doença.

Construções ilegais ameaçam natureza em Ilhabela



Aos visitantes da Cachoeira da Toca em Ilhabela, no litoral norte de São Paulo, Maria Antonieta, de 48 anos, faz sempre o mesmo alerta. “Pode descer, mas cuidado para não tropeçar nos canos, hein! Depois vocês vão embora, e quem fica sem água somos nós”, alerta a dona de casa, que diz ter conseguido, “há alguns anos”, a posse de um terreno a 30 metros de um dos principais pontos turísticos da ilha, em área de preservação.
O emaranhado de tubulações que cruza a cabeceira da cachoeira e passa ao lado dos três cômodos de Antonieta é o maior obstáculo a ser vencido pelos turistas na pequena trilha de terra, na parte norte da ilha. Pelos canos cheios de remendos são captadas centenas de litros de água, usadas todos os dias pelas 30 famílias que estão em uma área invadida, ao lado da cachoeira. “Pode ver que as piscinas naturais formadas pelas pedras estão bem mais rasas, toda casa nova aqui pega água da cachoeira”, observa Antonieta.
A mesma água que entra limpa, nos barracos construídos em invasões espalhadas ao longo de cursos d’água na Ilhabela, volta poluída com esgoto doméstico às cachoeiras e córregos afluentes do mar, em um ciclo semelhante ao que já destruiu inúmeras praias e mananciais paulistas e agora ameaça a preservação do município litorâneo - dos 347 km² de Ilhabela, 90% deles são formados por mata nativa, incluindo nessa área 14 quilômetros de praias e 369 cachoeiras.
Com um déficit de 800 moradias e 15 novos hectares invadidos em áreas de preservação entre 2000 e 2007, incluindo territórios dentro do Parque Estadual, segundo recente levantamento do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), Ilhabela é vítima de uma urbanização motivada, desde os anos 90, pela migração de mineiros e baianos que procuram emprego no corte de pedras de granito e na construção civil. Na última década, a população do município cresceu 12% ao ano, índice que caiu em 2007 para 3,86%, ainda maior que a média de 1,5% do Estado.

Natureza