Meio-ambiente faz campanha contra sacolas plásticas

A natureza agradece



A Secretaria estadual do Meio Ambiente e diversas prefeituras paulistas realizam nesta sexta-feira e sábado uma campanha contra o uso de sacolas plásticas pelo comércio e pela população. O mutirão ambiental quer incentivar consumidores a usarem sacolas retornáveis de pano ou de materiais sintéticos nas compras. Em Fernandópolis, o mutirão percorrerá as ruas do centro comercial distribuindo panfletos explicativos da campanha. Integrantes do Programa Agente Jovem, desenvolvido pelo Governo Federal, vão trabalhar na panfletagem. Calcula-se que no mundo são consumidos 500 bilhões de sacos plásticos por ano: ou 1,5 bilhão por dia, 1 milhão de unidades por minuto. São Paulo consome 66 milhões de sacolas plásticas por ano. Segundo estudos, o plástico permanece na natureza por 450 anos até se decompor.

Soluções em nome do meio ambiente

veja o video:Globo

Usuários da Apple se preocupam mais com ecologia



Recente pesquisa divulgada pela companhia Forrester revelou que enquanto 53% dos americanos adultos estão preocupados com o meio ambiente, apenas 12% não se importariam em pagar mais por produtos ecologicamente corretos, os chamados produtos verdes.
Os usuários da Apple são os mais "verdes", com 17% afirmando que pagariam mais por itens desenvolvidos para causar impacto cada vez menor no meio ambiente, destacou o site Gizmodo, seguidos dos consumidores da HP, com 13%.Além disso, a pesquisa identificou que 12% dos americanos entrevistados são "muito verdes", definidos como "aqueles bastante preocupados com o meio ambiente e o aquecimento global, e que concordam em pagar mais por aparelhos eletrônicos que gastem menos energia ou sejam fabricados por companhias amigas do meio ambiente", informou o blog da InfoWorld. Desses, 14% são usuários da Apple, seguidos de consumidores da Compaq (13%), Gateway (12%), Dell (10%) e Toshiba (9%), entre outros. Outros 41% dos americanos adultos fazem parte da faixa dos "consumidores verdes", que têm uma certa preocupação com as questões ambientais, apesar de não estarem tão propensos a desembolsar mais dinheiro por produtos eletrônicos ecologicamente corretos. Já os 47% restantes da população não mostraram preocupação alguma com o meio ambiente.

fonte:Geek
TRANSPOSIÇÃO DO RIO SÃO FRANCISCO: UM ERRO QUE PODERÁ SER FATAL

João Suassuna - Pesquisador da Fundação Joaquim Nabuco

Texto publicado na FOLHA DE PERNAMBUCO do dia 28 de maio de 1998
Leia mais:Fundaj

Coordenador e ministro discordam sobre natureza de transposição do São Francisco


rio S.Francisco

Brasília - Para o coordenador do movimento Articulação Popular pela Revitalização do Rio São Francisco, Ruben Siqueira, o projeto do governo federal, de transpor as águas do rio, atenderá somente a interesses econômicos que requerem infra-estrutura hídrica para uso intensivo de água, como a fruticultura integrada, a criação de camarão e a siderurgia.

“Por trás do projeto está a intenção de estabelecer no Nordeste, e daí para todo o Brasil, o pagamento da água bruta. Porque a água que chega lá é cara, e para a produção econômica com essa água precisa haver um subsídio que não será público, mas pago pela população nas contas domésticas".

Segundo ele, a transposição não tem a ver com a seca e nem com a sede: trata-se de um projeto econômico e não social.

"A água não vai ser subsidiada para a população sedenta, que enfrenta as dificuldades da seca. Os canais vão passar muito longe dos sertões mais secos e das populações difusas. A água vai se concentrar em direção aos grandes açudes e das áreas de potencial econômico. Então, não é um projeto social, não tem o objetivo de minimizar os efeitos da seca, esses continuarão”.

O ministro da Integração Nacional, Geddel Vieira Lima, cuja pasta é responsável pela condução das obras, rebate as declarações e afirma que o projeto vai atender "prioritariamente" ao abastecimento de água para humanos e animais.

"Respeito a posição daqueles que eventualmente, até por falta de conhecimento, discordam do projeto, que é ambientalmente sustentável, economicamente justo e socialmente importante", disse.

"Ao contrário de alguns, eu não tenho preconceito nenhum de que o excedente de água possa ser utilizado na produção. Até porque, as pessoas do Nordeste precisam de água, de emprego, de produção para ter renda e de dignidade para criar suas famílias".

fonte:AB

Campanha dos Direitos Humanos 10 de Dezembro


O Dia Universal da Declaração dos Direitos Humanos comemorado no dia 10 de dezembro emergiu no século passado e conseguiu estabelecer e codificar um amplo espectro de direitos políticos, econômicos e sociais, deixando a este século a tarefa de zelar por sua completa aplicação.
A linguagem dos direitos humanos passou a fazer parte da agenda política diária: os governos julgam-se mutuamente e os programas de fornecimento de ajuda levam em conta os comportamentos nesse campo; as Nações Unidas decidem arriscadas operações em seu nome e as organizações que fazem sua defesa se multiplicam em todo o mundo.
No entanto, basta um olhar aos jornais para se comprovar que há poucos motivos para ilusões sobre a possibilidade de o homem se mostrar algum dia mais humano com seus semelhantes.
Guerra, fossas comuns em Kosovo, repressão política brutal em Mianmar, selvagens guerras civis na Colômbia e na Argélia, escravidão de dezenas de milhões de crianças no mundo e a morte, ano após ano, por fome e doenças, de milhões de pessoas de todas as idades.
Segundo a Anistia Internacional, um em cada três governos empregam a tortura para silenciar a oposição política fazendo com que os direitos estabelecidos na Declaração Universal sejam mera promessa de papel.
Nessa situação, a Declaração poderia ser descrita como uma lista de boas intenções, sustentada por uma série de convênios, respaldada apenas por sanções morais e "carente de poder efetivo".
A Declaração deu lugar a uma quantidade de protocolos, convenções, comitês e grupos de trabalho, "mas temos poucos mecanismos efetivos para proteger os direitos humanos", segundo os analistas.
A Declaração Universal dos Direitos Humanos foi uma conseqüência direta dos horrores da Segunda Guerra Mundial e da era de ditadores que a precedeu.
Os pioneiros haviam se centrado na luta pela abolição da escravatura, pela mitigação dos sofrimentos da guerra e em defesa do voto feminino. O movimento sindical lutou, com êxito considerável, pelo reconhecimento dos direitos trabalhistas.
Com a divisão do mundo em dois blocos antagônicos durante a Guerra Fria, os direitos humanos foram sacrificados freqüentemente em território da "real-politik".
No entanto, o movimento dos direitos humanos como expressão da sociedade civil obteve impulso na década de 70 com o surgimento de grupos na Ásia, América Latina e Europa do Leste.
A repressão desatada pelas ditaduras militares do Cone Sul da América Latina (1973 no Uruguai e Chile, 1976 na Argentina), com a aplicação sistemática da tortura e sua política de "desaparecimentos" de guerrilheiros e opositores, deu impulso decisivo ao movimento pelos direitos humanos nesta parte do mundo.
A Ata Final de Helsinque de 1975 estimulou os ativistas do bloco soviético, e o colapso do comunismo significava que o mundo se libertava em boa medida de ideologias que privilegiavam o coletivo sobre o individual.
Em poucos anos, a revolução nas telecomunicações -a difusão do fax, da televisão por satélite e da internet- destruiu para sempre o monopólio do Estado sobre a informação.
O surgimento de grupos como Anistia e Human Rights Watch significou igualmente que as práticas de um país em matéria de direitos humanos se converteram em assunto de domínio público: as clássicas respostas dos regimes repressivos, que vêem nas tentativas de pedir contas a eles uma "intromissão" em seus assuntos internos, foram perdendo força.
Na última década, foram registrados vários casos de alianças informais de pequenos e médios Estados com organizações não governamentais para lançar campanhas globais sobre temas específicos.
Essas coalizões manipularam o que o chamaríamos de "soft power", que consiste numa forte mensagem moral combinada com apelos à boa vontade, para defender assuntos como a proibição das minas antipessoais, o fim da utilização de crianças como soldados ou a criação de uma corte penal internacional.
O resultado foi o crescimento de um movimento mundial genuíno em favor dos direitos humanos.
O acordo de Roma para estabelecer um Tribunal Penal Internacional, assim como a decisão da justiça britânica, num passado recente, de declarar passível de extradição para a Espanha o ex-ditador chileno Augusto Pinochet para responder por abusos cometidos durante a ditadura (1973-1990), foram interpretados como avanços na aplicação dos direitos humanos.
A impunidade é o principal fator nas violações aos direitos humanos, uma vez que "a história dos direitos humanos é a história da luta contra a impunidade.
Mas o movimento de defesa dos direitos humanos é criticado às vezes, por não atender fatores culturais.
O princípio da universalidade é questionado. Os muçulmanos, por exemplo, reivindicam o caráter divino do Alcorão; a China assegura que a adoção dos direitos ocidentais desestabilizaria o país mais povoado do mundo; Cingapura e Malásia acham necessário uma base autoritária para garantir sua prosperidade; africanos e asiáticos destacam que a livre escolha de um cônjuge acabaria com a família tradicional, considerada um pilar social.
No ocidente tampouco há lugar para a autocomplacência. Para muitos ativistas, entre os piores transgressores dos direitos humanos estão os Estados Unidos, que se mostraram lentos em incorporar os documentos de direito internacional a suas leis federais ao mesmo tempo em que continuam aplicando a pena capital, já derrubada em mais de 100 países.
para quem quiser participar:fenixadeternum

Amazônia é 'terra de ninguém', diz cientista

Aproximadamente 25% do território é de terras devolutas, que não têm dono e estão expostas a desmatamento e grilagem


Cerca de 25% de todo o território da Amazônia não tem dono e está exposto a desmatamento e grilagem. São as chamadas terras devolutas, para as quais o governo dos estados ainda não definiu a destinação. O pesquisador-sênior do Instituto do Homem e Meio-Ambiente da Amazônia (Imazon) Adalberto Veríssimo afirma que essas áreas estão expostas à especulação. "Tem uns 25% da Amazônia que são terras devolutas, são terras do governo, mas que o governo não tomou posse ainda. Ele não destinou se aquela área vai ser assentamento de reforma agrária, uma reserva extrativista, ou se vai leiloar aquela terra para vendê-la mais tarde. Então ela fica como uma espécie de terra de ninguém. Geralmente essas áreas são objetos de grilagem", afirmou. Ainda de acordo com Veríssimo, outra quarta parte da Amazônia é privada, e pertence a pequenos, médios ou grandes proprietários. A metade restante está dividida: 42% são terras indígenas demarcadas, consideradas áreas legalmente protegidas. Os assentamentos fundiários correspondem aos outros 8%. Entre os estados da Amazônia existem diferenças. Segundo dados do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e da Organização Não-Governamental (ONG) Instituto Sócio-ambiental, no Amazonas, apenas 2% da terra é propriedade privada e 64% é terra devoluta. Já no Mato Grosso, 55% do território é particular. No Amapá ocorre o oposto. Mais da metade do estado é área protegida. Para regulamentar as terras devolutas, o governo dispõe da Lei Federal 11.284 sancionada em 2006, que estabelece a volta das terras devolutas ao domínio da União.

fonte:bonde

Transposição das águas do Rio São Francisco para o abastecimento do Nordeste semi-árido: solução ou problema?

No Nordeste brasileiro, os rios que correm sobre o embasamento cristalino têm caráter temporário.
{artigo escrito em 8/97}

Estamos às voltas com um novo ciclo seco no Nordeste. O El Niño está colocando suas "garras" de fora. As águas do Oceano Pacífico estão esquentando devido à ação dos ventos alísios que sopram de leste para oeste elevando o nível das águas quentes que normalmente se encontram na parte ocidental daquele oceano. Os ventos começam a mudar de direção (agora no sentido oeste para leste), levando a massa de água quente para a costa peruana, o que ocasiona fortes tempestades com a intensa evaporação ali existente. No litoral sul-americano, o mecanismo impede a subida das águas frias à superfície, enquanto os ventos desviam as chuvas e bloqueiam as frentes frias vindas da Antártica, causando inundações no Sul e seca no Nordeste brasileiros.
Esse fenômeno está mais uma vez presente no país (agosto/97), com várias cidades do Sul em estado de calamidade pública, devido à ação das fortes chuvas que provocam enchentes descabidas, esperando-se, em contra-partida, o pior para o Nordeste. A seca parece inevitável.
Diante desse fato, recrudesce, no meio político, a idéia da transposição das águas do Rio São Francisco, como a única solução para resolver o problema do abastecimento das cidades e mitigar a sede dos nordestinos. O quadro merece uma pausa para meditação.
Temos conosco um documento elaborado pela Secretaria de Ciência, Tecnologia e Meio Ambiente do Estado de Pernambuco intitulado "Relatório sobre a Transposição do Rio São Francisco e as Atuais Necessidades de Recursos Hídricos do Nordeste", no qual fica clara a visão do governo com relação às vantagens de transpor as águas, tendo em vista o reforço dos recursos hídricos para os rios Brígida e Pajeú e os benefícios sócio-econômicos advindos.
No documento é feita uma descrição, em linhas gerais, das características do projeto de transposição transcritas, a seguir, na íntegra:
a) "a captação de água deve ser realizada perto de Cabrobó, na divisa entre Bahia e Pernambuco, numa altitude 50 m inferior à da Barragem de Sobradinho;
b) pretende-se desviar cerca de 280 m³/s, quando o projeto estiver todo implantado, sendo que na primeira etapa, a previsão é retirar 70 m³/s do São Francisco, que neste ponto tem vazão firme (grifo nosso) de 2065 m³/s, o que representa menos, provavelmente, que a margem de erro das medições hidrológicas;
c) na captação a água será bombeada para superar cerca de 30 m de elevação geométrica e segue em canais e reservatórios até Terra Nova, onde é elevada novamente em 50 m, prosseguindo em aquedutos e leitos naturais (grifo nosso) até Salgueiro, onde uma 3ª estação elevatória seria implantada para recalcar a água a 80 m de elevação. Desta forma, a água captada na cota de 315 metros, após ser recalcada 160 m, cruzaria o divisor na altitude de 475 metros, prosseguindo daí em diante para o vale do Jaguaribe, por gravidade. A passagem no divisor é prevista em túnel de 1500 m, nos limites estaduais de Pernambuco e do Ceará;
d) a idéia é que, dos 2000 km percorridos pela água na adução até o mar, cerca de 200 km serão contemplados com obras. As demais distâncias serão percorridas em leito natural de rios e reservatórios;
e) depois de transposto o divisor, a água seguiria pelos rios dos Porcos, Salgado e Jaguaribe, por onde atingiria o litoral;
f) na primeira etapa do projeto, as vazões decorrentes da transposição seriam divididas da seguinte forma: 25 m³/s para o Ceará, 15 m³/s para o Rio Grande do Norte, 15 m³/s para a Paraíba e 15 m³/s para Pernambuco."
O curioso é que, da forma como a questão é colocada, num contexto um tanto inconseqüente, pois nos dá a nítida impressão da magnitude dos custos do projeto, tanto os financeiros como os imputados ao meio ambiente, parece-nos que as pessoas perderam o censo crítico de analisar as coisas. É como se houvesse a proposta para a realização de um projeto de esfriamento das águas do Pacífico para minimizar os efeitos do El Niño, "laçando-se" um iceberg da Antártica e rebocando-o até o local do esquentamento, para amenizar a temperatura daquele pedaço do Oceano Pacífico que tem tanta importância para a vida dos nordestinos. No nosso modo de entender a comparação tem a mesma magnitude.
A questão tem que ser tratada em bases mais científicas ao invés de decisões simplórias e descabidas, do tipo "vamos fazer, que depois os problemas surgidos serão resolvidos". Só que, dessa forma, os problemas podem não ter o remédio esperado e, mesmo que surjam algumas alternativas de solução, essas poderão ser inviáveis dado o custo elevado.
No nosso modo de entender, alguns pontos têm que ser levados em consideração quando o assunto é transposição das águas: o primeiro, diz respeito à intensa evapotranspiração que existe no Nordeste semi-árido, que chega a alcançar patamares médios da ordem de 2000 mm anuais. Isso é um dado espantoso, se imaginarmos uma lâmina de 2 metros de água a céu aberto, em leitos naturais conforme o explicitado no projeto, perdendo-se anualmente para a atmosfera sem o mínimo uso, numa região de déficit hídrico, onde a média pluviométrica gira em torno dos 600 mm anuais. O segundo, diz respeito ao consumo de energia para recalcar o volume de água pretendido. De acordo com os dados do projeto, a energia necessária para esse fim é equivalente àquela gerada em Sobradinho (1050 MW), ou seja, precisa-se ter uma Sobradinho inteira, funcionando 24 hs por dia, para manter o sistema operando satisfatoriamente, numa região em que estão previstos problemas de geração de energia elétrica já no ano 2000. O terceiro, e talvez o mais importante, diz respeito à garantia de vazão do rio que assegure a geração de energia elétrica e a irrigação em suas áreas potenciais. O São Francisco é um rio que, no Nordeste semi-árido, corre inteiramente sobre o embasamento cristalino e, em decorrência disso, todos os seus afluentes têm regime temporário. Este aspecto traz, como conseqüência, uma diminuição gradativa de sua vazão ao longo do ano, dada a diminuição e até a interrupção das vazões dos afluentes que fazem parte de sua bacia, agravada ainda, pelo uso consuntivo das águas na irrigação (águas utilizadas que não têm retorno ao rio).
Justamente na tentativa de solucionar o problema de vazão do rio, a Companhia Hidrelétrica do São Francisco - CHESF construiu a represa de Sobradinho que manteve, de certa forma, a vazão do rio em patamares adequados para a geração de energia no complexo de Paulo Afonso. Mesmo assim, dadas as secas periódicas que assolam a região, a referida represa tem operado, com certa freqüência, em níveis críticos, chegando a voltarem à tona as ruínas da cidade de Remanso no Estado da Bahia, que ficou submersa com a construção dessa represa e que foi reconstruída em uma cota mais alta, longe das águas. Ora, se a antiga Remanso volta a aparecer no período de seca, isso nos leva a crer que o leito do rio praticamente volta a ser o que era antes de ser represado e que as águas, antes acumuladas para resolver os problemas de geração de eletricidade e de irrigação, não atendem mais àquelas finalidades.
Com relação a esse ponto, no final do ano passado (1996) assistimos, na mídia televisiva, a uma entrevista do Presidente da CHESF em que este se mostrava preocupado com a diminuição da vazão do rio, chegando a comentar que a bacia do São Francisco estava no seu segundo ano de seca e que não poderia entrar no terceiro, sob pena de haver racionamento de energia elétrica. Nesse período, segundo informações colhidas por engenheiros da CHESF, a represa de Sobradinho estava com um volume acumulado de água de apenas 13% de sua capacidade. Imaginem os senhores leitores se, uma vez instalado esse quadro de penúria hídrica, tivéssemos ainda que subtrair mais água do rio para atender ao abastecimento do Nordeste. Simplesmente não iríamos ter água suficiente para tudo isso (geração, irrigação e abastecimento). Ficamos até a imaginar as manchetes dos principais jornais nordestinos: "CHESF entra na justiça para assegurar geração de energia no Nordeste", ou mesmo, "O Rio São Francisco agoniza".

Diante do exposto, esperamos que as autoridades reflitam melhor sobre a transposição do Rio São Francisco, agregando a ela a questão do gerenciamento regional integrado dos recursos ambientais, aí incluindo o uso coerente de suas águas, como fator fundamental do desenvolvimento da Região Nordeste. Para que isso se realize, é importante que sejam ouvidos todos os segmentos da sociedade, que precisam ser estimulados para apoiar essas ações, e conhecer quais são suas prioridades e como estas se inserem num plano de conjunto que se desdobra ao longo do tempo.
João Suassuna - fonte:Pesquisador da Fundação Joaquim Nabuco

PS: 05/12 -Cerca de mil pessoasas de movimentos sociais organizados do Médio São Francisco e católicos das dioceses de Barra, Irecê, Bom Jesus da Lapa, Barreiras e Vitória da Conquista reuniram-se nesta quarta-feira em Ibotirama (660 km de Salvador, no oeste do Estado), para apoiar o bispo de Barra, Dom Luiz Cappio, em greve de fome pelo fim das obras de transposição.

Amazônia qual a melhor solução


foto:mongabay

Nós, aqui na BBC Brasil, escolhemos um tema específico: a polêmica em torno da construção de duas usinas hidrelétricas no Rio Madeira, um dos mais importantes da Amazônia. Nossa série especial, da repórter Carolina Glycerio, tem como objetivo mostrar quais os riscos de uma obra de grande porte para a comunidade e o ecossistema locais e qual a sua importância, diante das necessidades do país e da própria região.

Como mostra a nossa reportagem, as futuras hidrelétricas no Rio Madeira já dividem a comunidade local. Uns temem pelos impactos do alagamento provocado pelas barragens, enquanto outros vêem com bons olhos a chegada do "progresso". Mas qualquer intervenção do ser humano no coração da floresta pode ter conseqüências que vão além da região e seus moradores, seus peixes e suas plantas. A Amazônia, sempre chamada de "pulmão do planeta", é considerada vital para o combate ao aquecimento global, por causa do trabalho de retenção de gás carbônico (CO2) feito por sua vegetação. Mas, se ela for destruída, o impacto negativo, segundo cientistas, será dobrado: a morte de grande parte da floresta não apenas deixará o planeta sem um importante alívio às emissões de carbono, mas agravará ainda mais o problema.

Segundo especialistas que estudam a relação entre grandes florestas e o efeito estufa, o desaparecimento gradual da Amazônia pode fazer da floresta o maior emissor de gás carbônico do mundo. Como lembra reportagem desta semana da revista Newsweek, o carbono hoje guardado na vegetação passaria para a atmosfera, num processo que faria da Amazônia o maior vilão do aquecimento global em todo o mundo. E por que a Amazônia desapareceria? Devido à ação direta do homem, como em queimadas ou corte de árvores, mas também, e cada vez mais, pelos próprios efeitos do aquecimento global, que tem tornado o clima na região amazônica mais seco. Portanto um planeta mais quente contribui para a destruição da Amazônia, o que por sua vez vai aquecer ainda mais a Terra. De vítima, a Amazônia passaria a ser uma ameaça.

As usinas previstas para o Rio Madeira não têm, elas mesmas, responsabilidade direta sobre esse processo. Nem os moradores dos rincões do Brasil devem ser vistos como cidadãos de segunda classe, sem direito a saneamento básico, eletricidade ou estradas. Mas o aproveitamento do potencial econômico da Amazônia, seja em seus rios, seu solo ou seus minérios, revive a famosa questão: se a região deve ser vista como um santuário, do qual depende todo o planeta, ou uma área a ser explorada economicamente, mesmo de forma criteriosa e dentro da lei. Quando tivermos finalmente a resposta, talvez seja tarde demais.

Árvore do sexo está em extinção




"A citropsis está desaparecendo, as pessoas a utilizam em excesso: é o viagra local!", conta Robert Kungujje, um guia do bosque de Mabira, em Uganda, enquanto mostra a chamada Árvore do sexo, apreciada por suas propriedades afrodisíacas.


As raízes da citropsis articulata, utilizadas em decocção, fazem efeito em três horas, assegura Kasozi Bruham, um camponês de 49 anos e consumidor habitual deste preparado.

"Com o desemprego, os maus hábitos alimentares, a diabetes e a hipertensão, vinculados ao estress, os transtornos da ereção aumentam em Uganda (...) por isso as pessoas utilizam esta planta", afirma Maud Kamatenesi-Mugisha, botânico e especialista em fertilidade.

Os usuários da citropsis têm o hábito de arracar a raiz e não plantam outras para garantir sua sobrevivência.

Em torno de 80% da população ugandesa depende das plantas medicinais para curar doenças cotidianas devido ao alto custo dos medicamentos modernos e a longa distância entre as clínicas e as aldeias. No entanto, até agora, não foi tomada nenhuma ação específica para salvar a citropsis.

A Reserva de Mabira, uma das regiões mais ricas em biodiversidade e espécies endêmicas da África, estende-se por 30.000 hectares, que abrigam 312 espécies de plantas, 315 aves e 218 mariposas.

Apesar disso, o governo ugandês tinha programado transformar um quarto do bosque em plantações de cana-de-açúcar, plano que foi descartado por causa de fortes protestos.

proteja a natureza ela é fragil

Natureza