O perigo que vem da bioinvasão nas desacargas do lastro dos navios

Ao longo da História, o papel do transporte marítimo tem sido de vital importância. As em-barcações muito têm contribuído para o intercâmbio de pessoas e coisas ao redor do mundo. Com o incremento das trocas internacionais, essa contribuição alcançou importância jamais vista. Na atualidade, o transporte marítimo, considerado a mais internacional das indústrias, movimenta mais de 80% das mercadorias do planeta.
Para realizarem operações seguras e eficientes, os navios dependem do uso do lastro em seus tanques ou porões. Pedras e areia foram utilizadas até o século XIX; a partir daí, generalizou-se o uso da água, que é colhida, usada como lastro e devolvida ao mar, quase sempre em locais diferentes. Por conta disso, os navios realizam, na sua movimentação em busca de carga, uma grande transferência de água ao redor do mundo. Dessa forma, microorganismos são introduzidos em locais diferentes de seu habitat natural, o que tem se constituído em ameaça para o sistema marinho, com a conseqüente repercussão na vida das pessoas.
A invasão do mexilhão dourado, no Brasil, e do mexilhão-zebra, nos Estados Unidos, são exemplos significativos que podem ser atribuídos à transferência de microorganismos pela água de lastro em torno do globo. A comunidade internacional, contudo, tem buscado equacionar meios para "gerenciar" o manuseio da água de lastro, de forma a evitar novas bioinvasões. O Programa Globallast e a "Convenção Internacional sobre Controle e Gestão da Água de Lastro e Sedimentos de Navios" são exemplos dessa iniciativa.

Leia mais sobre o assunto: descarga do lastro

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