Conheça a ferrovia que se integra na Natureza


Criada em 1880 e construída sobre a Serra do Mar, ultrapassando todas as pedras do caminho nos imensos obstáculos do relevo.


Criada em 1880 e construída sobre a Serra do Mar, ultrapassando todas as pedras do caminho nos imensos obstáculos do relevo, apesar da precariedade de instrumentos, a ferrovia que causa tanta admiração foi completada em apenas cinco anos. Graças ao esforço de nove mil homens, recrutados entre imigrantes que trabalhavam na lavoura e caiçaras do litoral. Não houve trabalho escravo, já que eles recebiam de 2 a 3 mil réis por jornada. Mas metade dos trabalhadores morreu durante a obra da primeira ferrovia do Paraná. O primeiro trecho foi inaugurado em 1883.

O objetivo era ligar o porto de Paranaguá aos Estados do Sul, garantindo vazão à produção de grãos da região. As obras foram divididas em 3 trechos: entre Paranaguá e Morretes (42 km), Morretes e Roça Nova (38 km), Roça Nova e Curitiba (30 km) e a inauguração aconteceu em 2 de fevereiro de 1885 na viagem Paranaguá-Curitiba que durou 9 horas. A bordo estavam autoridades federais, estaduais, convidados, imprensa, todos recebidos na capital paranaense por mais de 5 mil pessoas.

A “ferrovia impossivel” tem 14 túneis, 30 pontes, viadutos de grande vão. São 110 quilômetros de trilhos que descem 900 metros de serra. Nos primeiros 22 kms a litorina atravessa Pinhais e Piraquara, municípios da região metropolitana de Curitiba. O túnel Roça Nova é o primeiro dos 14 túneis que atravessam a rocha e é o maior deles — com 457 metros — e o que fica no ponto mais elevado do trajeto. A Casa Ipiranga é destaque, por ter sido local de hospedagem de D. Pedro II, de Carlos de Carvalho, que foi presidente da Província do Paraná e de Alfredo Andersen, pai da pintura paranaense.

Entre manacás coloridos de roxo e rosa, árvores em chuva de flores amarelas, vestígios dos pinheiros Araucária, rios e horizonte de montanhas, o turista vai dividindo a atenção entre a queda d’água Véu da Noiva, o Pico do Diabo, o Parque Nacional do Pico do Marumbi, criado em 1990 com mais de 2300 hectares, e as obras de engenharia que tiram o fôlego, como a Ponte São João, de 50 metros de altura e o impressionante Viaduto Carvalho, ligado ao túnel do Rochedo, uma estrutura de ferro assentada sobre 5 pilares de alvenaria na encosta da rocha, com trilhos sem apoio lateral, o que dá a sensação de que o trem está flutuando no ar.

Foi a primeira obra no gênero realizada no mundo. Uma única parada é feita no Mirante do Cadeado, para um contato direto com a exuberância da Mata Atlântica, antes da chegada a Morretes. A Litorina de Luxo está fazendo o percurso Curitiba-Morretes nos finais de semana e feriados, partindo de Curitiba às 9h15, com chegada a Morretes às 12h15. O retorno inicia às 14h30, com parada em Marumby às 15h10 e chegada em Curitiba às 17h30. A tarifa na ida é de R$ 250 para adultos e R$ 175 para crianças. No retorno, R$ 190 para adultos e R$ 130 para crianças. Menores, mesmo acompanhados dos pais, só podem embarcar com documentação.

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