Aprendido contrabando de jacarandá brasileiro na Espanha



A polícia espanhola apreendeu nesta terça-feira 33 toneladas de jacarandá brasileiro contrabandeado. O carregamento saiu da Bahia e do Espírito Santo e seria comercializado por R$ 86 milhões no mercado ilegal de fabricação de instrumentos musicais.

O material já estava praticamente vendido. Eram encomendas de empresas espanholas que produzem violões de flamenco clássico nas cidades de Madri e Granada.

Desde 1992, o comércio de jacarandá está proibido, de acordo com a CITES (Convenção sobre o Comércio Internacional das Espécies Ameaçadas de Extinção).

Segundo o Seprona (Serviço de Proteção da Natureza, unidade da Guarda Civil) espanhol, as empresas brasileiras e espanholas envolvidas no mercado paralelo usam documentação adulterada para passar pelas alfândegas de ambos países.

Muitas vezes, os documentos correspondem a espécies que podem ser comercializadas. Ou as companhias oferecem preços baratos aos compradores que dispensem a licença da CITES.

Nesta apreensão, os alvarás indicavam importação de pitomba e caviúna, que não necessitam de certificados da Convenção Internacional.

"O cargamento misturava o jacarandá com outras espécies de aparência similar para dificultar as inspeções", afirmou o capitão do Seprona, Carlos Alonso. "Por isso, fizemos análises de DNA para comprovar a origem."

Mercado negro

Segundo a ONG ambiental Greenpeace, a Espanha importa por ano mais de 800 mil metros cúbicos de madeira contrabandeada de todo o mundo, e 80% do total sai do Brasil.

No mercado paralelo, o material ilegal supera os R$ 700 milhões, de acordo com a ONG. O Greenpeace afirma ainda que as empresas espanholas distribuem a madeira a outros países como Suécia, Finlândia ou China.

"Pedimos a investigação por parte do Seprona e do Ibama de várias companhias que, acreditamos, usam duplas faturas para comercializar as espécies", disse o responsável de campanhas florestais do Greenpeace Espanha, Ángel Soto.

Em todo o mundo, o contrabando de espécies protegidas de flora chega aos US$ 15 bilhões por ano, segundo um informe da União Européia.

O jacarandá é típico da costa atlântica brasileira, principalmente das florestas úmidas do sul da Bahia e norte do Espirito Santo.

O mogno é outra das espécies brasileiras mais contrabandeadas pelas empresas espanholas. Também está na lista do CITES de flora protegida sob ameaça de extinção.

Segundo ONGs espanholas, toda a madeira das paredes e do chão do Museu Rainha Sofia, de Madri, são de jatobá brasileiro originário de tráfico ilegal. A assessoria do museu disse que não responde a esta acusação.

fonte:bonde

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